‘Praia de Ofir’ repleta de banhistas

A praia de Fão, Esposende, mais conhecida a nível turístico como ‘praia de Ofir’ estava, ontem, ‘apinhada’ de banhistas e veraneantes. O Verão deste ano não tem sido, todavia, dos melhores para quem vive do turismo devido ao clima, mas as concessionárias queixam-se, sobretudo, das “mudanças de hábitos’ dos banhistas que “deixaram de ir à praia em dias menos bons”.
Portadora da bandeira azul, a ‘praia de Ofir’ é uma das mais famosas da região e uma das predilectas por muitos veraneantes para passar as suas férias durante todo o ano.



“Este ano em termos de clientela tem estado tudo muito fraco, também porque o mês de Julho foi dos piores dos últimos anos, e tem estado muito vento - o que acaba por ditar o afastamento dos banhistas”, lamentou João Esteves, o responsável pelo ‘Bar Azul’ e um dos dois concessionários naquela praia.
“As pessoas mudaram. Habituaram-se a ver sempre como está o tempo antes de sair de casa, sobretudo através da Internet e acabam por não sair quando as previsões o aconselham”, apontou.

“Isto não acontecia há alguns anos atrás, porque as pessoas vinham sempre à praia, aluga-vam a sua barraca e mesmo que não estivesse um bom dia de praia acabavam por ficar na mesma”, recordou João Esteves.
“O mês de Agosto já começou melhor e já se nota uma maior afluência das pessoas na praia, pelo menos nestes primeiros dias”, referiu, indicando que “são os emigrantes portugueses que cá deixam mais dinheiro quando vêm à praia porque consomem mais bens”.

O facto de esta ser uma das praias com bandeira azul “é extremamente importante porque é uma imagem de marca e de qualidade, caracterizando a praia como uma praia limpa, com bons acessos para os banhistas e com uma óptima qualidade de água”.

Nadadores-salvadores lamentam o facto de veraneantes não acatarem conselhos

A praia de Fão, Esposende, é uma das praias mais bem vigiadas da região minhota. Os nadadores-salvadores protagonizam um importante trabalho, diariamente, de Junho a Setembro.
Miguel Silva e Bruno Coutinho são dois dos nadadores-salvadores que guardam a praia por esta altura. “O mais difícil mesmo é que muitas vezes as pessoas não acatam os nossos conselhos. Vêm muitas vezes e não colocam protector solar e há quem tenha atitudes perigosas dentro de água por estar sob o efeito de álcool. Infelizmente ainda deixam algum lixo na praia, embora isso tenha melhorado nos últimos anos”.


“Aqui o mar é muito tranquilo”

Há quem venha à ‘praia de Ofir’ há dezenas de anos. Muitos experimentaram outras, durante alguns
anos até, mas acabaram por preferir esta e há até quem tenha gostado tanto que acabou mesmo por adquirir casa na área, só para ter o prazer de poder frequentar a praia o ano inteiro.
Esse foi o caso, por exemplo, de Fernanda Castilho, de 60 anos, da Póvoa de Lanhoso. “Eu costumo dizer que venho para as ‘Caraíbas de Ofir’. Há 32 anos que é assim e para mim é a praia mais bonita de todas”, garantiu à reportagem do jornal ‘Correio do Minho’.

“O que eu mais gosto nesta praia é do facto de ser uma praia muito calminha. É uma praia pequena, mas muito acolhedora. Aqui o mar é muito tranquilo. E é aqui que eu recarrego as baterias para todo o ano”, afirmou a veraneante. Fernanda gostou tanto que comprou casa. “Este é o meu refúgio o ano inteiro”.

Também o casal Agostinho Peixoto e Maria Oliveira, ambos de 88 anos, acabou por adquirir casa ali perto. “Começámos por fazer férias na Póvoa de Varzim , depois ainda passámos pela praia de Apúlia durante algum tempo e acabámos por ficar de vez aqui nesta praia e comprámos casa aqui em Fão já há 15 anos”.

Sentados na esplanada que oferece uma das bibliotecas de praia do concelho, o grupo de amigos aproveita estes momentos de ócio e lazer para desfrutar do prazer da leitura e ‘passar a vista’, também, pelos jornais diários, para estarem a par dos acontecimentos. Luís Nozes Tavares, de Braga, é outro dos banhistas que já é assíduo, todos os anos, naquela praia.

“Venho cá há mais de 30 anos, sempre com a minha família”, assinalou, referindo que esta já é uma tradição familiar herdada pelos pais. Ontem, desfrutava de uma das barracas de praia com os amigos.
Tania Couto, de 21 anos, é, durante esta quinzena, a responsá-vel pelo espaço de leitura e onde faz a estatística diária do número de leitores e das suas preferências de leitura.

Bibliotecas de praia são um êxito junto dos banhistas

“Uma grande parte das pessoas que cá estão a passar férias e que costumam passar aqui na biblioteca de praia são ‘clientes frequentes’ e a grande maioria vem de Braga”, referiu a jovem estudante de Ciências Farmacêuticas.


“Normalmente são os homens aqueles que mais procuram ler, sobretudo, os jornais regionais e em termos de faixas etárias, a esmagadora maioria, mais de 70 por cento, tem mais de 50 anos”, indicou. Em termos de obras, as literaturas portuguesa e inglesa são as maios procuradas durante os dias de Verão.
Mas “os estrangeiros que cá se encontram de férias vêm aqui procurar informações através dos guias que nós disponibilizamos e pedem-nos quase sempre informações mais específicas”, assinalou.

04-08-11 - Correio do Minho

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