Há mais lampreia mas menos procura

Há mais lampreia na foz do rio Cávado, mas a procura diminuiu, fruto “da crise económica que atravessa o país”, garante a Associação de Pescadores Profissionais do Concelho de Esposende (APPCE).
A unidade, este ano, varia entre os 15 e os 20 euros, “mas apesar de haver muita quantidade de lampreia, sobretudo nos últimos anos, a verdade é que a procura é menor do que em anos anteriores, quer por parte de pessoas individuais, quer por parte da restauração”, indica André Cardoso, dirigente da APPCE.



“Este ano há muito menos procura e isso afecta-nos, claro. Há, todavia, quem esteja à espera que o preço baixe, lá mais para o final da época”, aponta o responsável.
A época da pesca da lampreia iniciou há um mês, decorrendo até ao próximo mês de Maio, sensivelmente.

Mas André Cardoso garante que são muitas as famílias da zona que se dedicam à actividade, sempre sazonal, para conseguir ‘tirar’ algum sustento.
“Há muita gente nesta região da foz do Cávado - mais de 30 famílias, pelo menos - que sobrevive da pesca da lampreia”, indica o presidente da associação de pescadores.

“Só não se pesca mais precisamente porque o rio não dá as devidas condições uma vez que está completamente assoreado”, refere André Cardoso - lamentando que este é um dos principais dilemas com que os pescadores lidam diariamente na sua actividade.
O problema já não é novo e há anos que os pescadores o enfrentam. “Estamos fartos de prom essas que nunca se concretizam”, critica, apontando para as dezenas e dezenas de diligências feitas às entidades e autoridades competentes.

Pescadores pedem desassoreamento

“O grande problema são as dificuldades que os pescadores passam para conseguir pescar porque o rio Cávado não lhes dá as devidas condições por estar completamente assoreado”, criticou André Cardoso, o presidente da Associação de Pescadores Profissionais do Concelho de Esposende (APPCE) lamentando a “falta de intervenção” por parte das autoridades, quer ao nível da barra, quer ao nível do rio.

Os problemas com que os pescadores se deparam, diariamente, já não são novos. Aliás, “já têm barbas”, aponta o responsável, lamentando que as suas ‘queixas’ nunca tenham surtido efeitos junto das entidades competentes, “apesar de tantas e tantas promessas”.
“O desassoreamento continua a ser muito importante”, refere André Cardoso, reclamando, mais uma vez, a necessidade do prolongamento do esporão norte da barra e da construção de um paredão fixo na zona sul da barra.

“A desculpa que nos dão para não fazer esta intervenção é que a construção provocaria o desaparecimento das areias da orla costeira. Mas a questão é que isso mesmo já está a acontecer, mesmo sem levar a cabo as obras que pedimos, pois notamos diariamente que os areais, principalmente em Ofir e Apúlia, já estão a desaparecer. Por isso mesmo, mais valia proceder à intervenção”.

07-02-2012 - Correio do Minho

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