EPE: Chefes conceituados apresentam projetos de sucesso


A Escola Profissional de Esposende realizou o II Fórum Gastronómico EPE: património e arte, no dia 12 de março, no Hotel Axis Ofir, figurando nomes conceituados da Restauração que, durante todo o dia, refletiram sobre a evolução e a importância da gastronomia, bem como as novas tendências que emergem nesta área.



O Presidente da Direção da Escola, Dr. António Conde, fez a abertura solene deste Fórum, dando as boas-vindas a todos e agradecendo, desde logo, aos palestrantes que vieram partilhar os seus saberes e experiências, não só com os alunos da escola, mas também com formadores, empresários, associações e marcas deste setor que encheram o auditório daquela unidade hoteleira. Finalizou a sua intervenção, salientando que ainda bem que a Escola tem nestes oradores verdadeiros amigos, pois abdicaram do seu tempo precioso para apresentar aos alunos da EPE os seus projetos.

Depois, o diretor da confederação do turismo português reforçou que só se conseguem organizar eventos desta natureza com uma boa equipa de trabalho e elogiou o contributo das escolas profissionais para este tipo de dinâmicas.

Em seguida, o vereador da juventude, turismo e desporto, Dr. Rui Pereira, felicitou a EPE pela moldura humana impressionante presente neste segundo fórum, reforçando o seu apoio incondicional neste tipo de iniciativas, sublinhando a aposta do município nesta oferta formativa, sendo um produto estratégico do concelho de Esposende.

Posteriormente, deu-se início ao debate, com um primeiro painel que reuniu o enólogo Anselmo Mendes, os sommeliers Manuel Moreira, Paulo Pechorro, da Quinta das Lágrimas; Beatriz Machado, do Hotel The Yeatman; e Guilherme Pereira, dos Vinhos Norte, que refletiram sobre vinhos e seus especialistas, cujo moderador foi Maria João Almeida, da TV Vinhos, que lançou questões bastante pertinentes. Estes especialistas equacionaram, não só a importância que os vinhos têm num menu, mas também o papel do sommelier num serviço, apontando a necessidade de conhecimentos abrangentes sobre esta área, para além de alguma sensibilidade para perceber o que o cliente pretende, aliada à discrição. Tudo isto só é possível se houver uma boa formação e também uma boa dose de paixão.

Depois desta partilha, Paulo Amado, da Intermagazine, deu início à primeira demonstração de cozinha, apresentando os intervenientes: os chefes Rui Paula, dos Restaurantes DOP e DOC, e Alexandre Silva, do Restaurante Bocca, que prepararam dois pratos, em simultâneo, evidenciando as técnicas e os conceitos de inspiração contemporânea.

Depois de uma pausa para café, em que os participantes podiam degustar algumas iguarias preparadas pelos alunos das turmas de Restauração, prosseguiram os trabalhos, dando seguimento à discussão, cujo tema era a pastelaria: a cereja no topo da refeição, com a presença dos chefes de pastelaria Francisco Siopa, do Siopa Exotic chocolate; Filipe Rato, do Hotel Sofitel; Marco Ferreira, da Confeitaria Delice, e Sérgio Rodrigues, da A Meadella P astelaria, sendo este segundo painel moderado Agostinho Peixoto, que lançou vários temas para debate, equacionando-se a riqueza da pastelaria portuguesa e a grande evolução que esta área tem vindo a manifestar no panorama nacional. Sublinharam, também, que há ainda muito trabalho pela frente e que é preciso recriar e dar outra imagem ao produto, sendo as bases fundamentais e apostando na formação de técnicos, essencial para o sucesso deste setor. Após estas intervenções, foi o momento de assistir à segunda demonstração de cozinha, em que Paulo Amado, mais uma vez, interagiu com o chefe de pastelaria Francisco Gomes, da Pastelaria A Colonial, tendo este preparado uma sobremesa cujas texturas e formas retratavam uma horta muito doce.

Após o almoço, que decorreu no restaurante do Hotel Axis Ofir, em que os participantes foram brindados com uma refeição que reconfortou e deleitou todos os convivas, em que as turmas de Restauração participaram no serviço, reiniciaram-se os debates, com o terceiro painel, apresentando a cozinha e os seus chefes, cujo mote foi dado por José Augusto Moreira, direcionando a discussão para a relação cliente/ chefe que tem de ser empática e próxima, bem como para a necessidade de haver paixão e espírito de sacrifício, marcando presença os chefes Justa Nobre, do Spazio Buondi- Nobre; Valdir Lubave, do Convento de Belmonte, Alexandre Silva, do restaurante Bocca, e Pedro Lemos, do Restaurante Pedro Lemos. Todos foram unânimes em considerar que a valorização dos produtos nacionais é a essência para uma cozinha com alma. Mais uma vez houve espaço para mais uma demonstração, desta vez os protagonistas foram os chefes José Avillez, dos Restaurantes Cantinho do Avillez e Belcanto, e Nuno Diniz, do Hotel York House, que, em parceria, confecionaram uma receita com cor e arquitetura perfeitas.

Finalmente, iniciou-se o último painel, cujo tema incidia sobre as unidades hoteleiras e seus representantes, tendo como intervenientes José Santos, em representação dos Hotéis Bom Jesus; Célio Fernandes, do Grupo Axis; Francisco Moser, dos Hotéis Altis Lisboa; e Paulo Carvalho, do Hotel Infante Sagres, cuja moderação esteve a cargo de José Silva. Estes profissionais referiram como os seus espaços são geridos, os desafios que abraçam e os clientes que atraem para as suas unidades hoteleiras.

Os trabalhos foram encerrados, por volta das 19 horas, pelo Presidente da Direção da Escola, Dr. António Conde, que agradeceu a presença de todos, especialmente dos especialistas que disponibilizaram o seu tempo, para contribuir para a formação cada vez mais exigente que esta área requer e que a Escola Profissional de Esposende quer abraçar cada vez mais como projeto futuro.

Em suma, este segundo Fórum foi mais um momento de reflexão e debate sobre a importância da gastronomia e dos técnicos de restauração. Aflorou-se, ainda, quais as estratégias a delinear, para em conjunto continuar a apostar neste mercado tão abrangente e determinante para a economia do país.

15-03-2012 - Correio do Minho

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